segunda-feira, 15 de julho de 2013

Marketing do bem, não caia nesse golpe


Está acontecendo uma nova onda nos negócios online que é a distinção entre o bem e o mal no marketing multinível. Um certo grupo de pessoas está se intitulando como defensor do marketing multinível legítimo contra aquilo que eles chamam de pirâmides disfarçadas. E para isso, promovem campanhas intensas a fim de que as pessoas não sejam “possuídas” pelo marketing do mal. Mas, será que elas realmente têm o desejo de ser uma espécie de porta-voz da justiça? Afinal, por que de tanta bondade? Neste artigo, pretendo delimitar qual a verdadeira intenção dessas personagens tão abençoadas, tão imaculadas.

O marketing multinível tradicional

Durante muito tempo o marketing multinível (MMN) foi dominado por empresas que provinham do “way of life” norte-americano, o símbolo deste estilo é a Amway (inclusive seu nome vem de American Way), empresa com décadas de atuação neste mercado e que foi um retumbante fracasso no Brasil, embora tenha deixado uma meia dúzia de pessoas endinheiradas por aqui.
Depois da Amway surgiram outras empresas que são apenas variações do mesmo tema, a saber: Herbalife, Mary Kay, Monavie, Forever Living e no Brasil, recentemente, a Polishop, empresa da qual fiz parte durante 14 meses, conforme descrito no artigo Polishop, porque saí da empresa.
E o que tem de comum entre essas empresas a ponto de serem chamadas de tradicionais? Todas elas seguem a mesma cartilha: a empresa ganha muito, poucos distribuidores ganham muito e muitos distribuidores ganham pouco ou ficam no prejuízo.

MMN legítimo ou marketing do bem

Recentemente foram criados dois tipos de movimentos: o “MMN legítimo” e o “marketing do bem” com a intenção de defender a essência do multinível contra as pirâmides financeiras, e confesso que durante um tempo fui adepto da filosofia destes movimentos até descobrir suas verdadeiras intenções.
A função precípua não é defender as pessoas de pirâmides financeiras, mas sim os interesses de empresas tradicionais do marketing multinível, como as citadas acima, e para isso atacam outras empresas julgadas como pirâmides. Então, são uma espécie de tropa de choque.  Até fizeram um site nos termos de uma petição em favor do MMN legítimo e contra as pirâmides.
Claramente, querem determinar o lado do bem e o lado do mal no mercado multinível e na petição até citam sem pudor a Telexfree e a BBOM, colocando-as no mesmo balaio, enfim uma ação grotesca.
Contudo, isso é apenas uma forma de disfarçar o verdadeiro objetivo: demonizar outras empresas, pois aquelas tradicionais estão perdendo espaço. O “marketing do bem”  estão concentrado em três premissas, conforme a imagem abaixo:
Pirâmide do marketing do bem

A cartilha do marketing multinível tradicional

O movimento do “MMN legítimo” ou “Marketing do Bem” coloca no patamar de legitimidade empresas como Amway, Herbalife, Monavie e Polishop. Contudo, elas escondem uma ação perversa, que é a de seduzir pessoas a consumirem seus produtos praticamente desnecessários e convencer outros a fazerem o mesmo e no fim não se ganha dinheiro. Veja as etapas do processo:
  1. Nas conferências, seminários e eventos a empresa se mostra como uma oportunidade de se ganhar dinheiro, ter um estilo de vida diferente, independência financeira.
  2. Para isso é preciso pagar um pacote de adesão e com isso você recebe os “maravilhosos” produtos para começar o seu “maravilhoso” negócio.
  3. É preciso convidar pessoas e formar rede e  ficar ativo todo mês para estar qualificado e isso significa comprar mais produtos todos os meses, o chamado autoenvio que pode ser de R$ 300,00, R$ 600,00 e em algumas empresas até mais de R$ 1000,00.
  4. E o que acontece? Muitos, acreditando realmente que acharam a oportunidade de suas vidas, começam a consumir o chamado “autoenvio” e partem por uma busca frenética por convidar pessoas no afã de conseguir convencê-las a fazerem o mesmo e ganhar bônus de equipe para, pelo menos, cobrir os gastos com investimento inicial e compra de produtos.
  5. E os meses vão passando e as faturas no cartão de crédito vão aumentando também e o patrocinador incentiva a consumir e motiva a equipe a não desistir, diz que o início é assim mesmo, que a empresa é maravilhosa, etc e tal.
Resultado:
A maioria esmagadora desiste do negócio com prejuízo financeiro e o sonho de ganhar dinheiro (ou pelo menos uma renda extra), ter independência financeira e mudar de vida se esvai. E o que é pior: o fracasso de muitos irá alimentar o sucesso de poucos. Vejamos estudos de caso de 4 empresas defendidas pelo “marketing do bem” e “MMN legítimo”:

Estudo de caso #1: Monavie

Veja o índice de pagamentos da Monavie a seus distribuidores em 2011, declarados pela própria empresa (refere-se apenas àqueles que conseguiram auferir algum rendimento). Na imagem é mostrado o valor que os distribuidores receberam em média no ano:
Ganhos da Monavie
Imagine que estes 90% também consumiam os produtos para terem esses parcos rendimentos, o que significa dizer que um percentual ínfimo teve realmente algum lucro. E lucro aqui se entende pela conta básica: receitas – despesas = lucro. Isso significa que aproximadamente 90% dos distribuidores não obtiveram lucro.
E mais: isso quer dizer que 99% de distribuidores trabalham para que 1% possam viver uma vida de faraó. Isso não seria uma pirâmide? Hum… Nos idos de 2009, o próprio Henry Marsh, vice-presidente da empresa, retrucando a acusação da Newsweek que afirmou que somente 1% dos distribuidores ganhavam dinheiro, disse que eram 14%. Imagine o slogan: VENHA FAZER PARTE DE NOSSA EMPRESA, SEJA UM DOS 14% QUE GANHAM DINHEIRO.

Estudo de caso #2: Amway

No início deste ano eu estava conversando com um leitor do Meu Dinheiro em Casa via skype, na oportunidade eu estava na Polishop Com.Vc e ele na Telexfree e cada um tecia seus argumentos sobre as empresas e o multinível em si. Este leitor fez parte da Polishop e da Amway, sobre esta última ele registrou um comentário muito interessante:
“A Amway tem definitivamente os melhores produtos entre todas as empresas de MMN do planeta, mas porque ninguém consegue segurar os seus downlines? Porque eles não conseguem ganhar dinheiro. Eu cheguei a prata com 1 ano e 6 meses de trabalho e com 225 pessoas na minha equipe eganhei um cheque de R$ 980. Eu gastei R$ 400 por mês em produtos durante 2 anos e participei de 5 convenções cujo o ingresso custava R$ 150, gastei rios de dinheiro em viagens para ganhar no final R$ 980.”
Este depoimento ilustra bem porque a Amway fracassou no Brasil. Quando ela surgiu em terras tupiniquins nos anos 1990 chegou a ser uma sensação durante alguns anos e alguns líderes chegaram a ganhar muito dinheiro enquanto a maioria não conseguiu cobrir nem os gastos com as compras de produtos.
É tão notório o prejuízo financeiro de muitos que a Amway fez um acordo para pagar mais de US$ 55 milhões a ex-distribuidores que entraram na justiça alegando que a empresa fazia falsas promessas de ganhos. Apesar de se dizer inocente, a empresa concordou em pagar os mais de 55 milhões divididos em dinheiro em espécie, pagamento com advogados e produtos.
E embora muitos que apregoam o “marketing multinível legítimo” não se lembram, a Amway foi acusada de pirâmide financeira no fim da década de 1970 e passou maus bocados até ser autorizada a operar pelo Federal Trade Comission (FTC), com a condição de que 70% do faturamento fosse oriundo de vendas a clientes que não eram distribuidores.
Mas é preciso reconhecer que a Amway tem muita competência em manipular as pessoas com treinamentos motivacionais e líderes preparados para esse fim. Com isso, assim como na Monavie, pouquíssimas pessoas conseguem recuperar o que consome e ficam no prejuízo.

Estudo de caso #3: Herbalife

Essa é mais uma empresa que fatura bilhões em todo mundo com a estratégia de sedução de seus produtos e criando uma rede de consumidores aficionados em que a maioria não ganha dinheiro, tanto é que, de acordo com a própria empresa 73% dos distribuidores estão interessados somente nos descontos de produtos, demonstrando o quanto o seu plano de marketing multinível não é atrativo.
Os dados de qualificação da empresa, disponibilizados por ela própria em relatório são de assustar. Apenas 52% dos que alcançam o nível de supervisor se requalificam e mais de 90% de distribuidores não se qualificam a supervisores, isso quer dizer que ela terá que ir substituindo constantemente os distribuidores devido ao alto índice de evasão.
E fica evidente, embora ela guarde essa informação a sete chaves, que o grupo oligárquico que consegue ascender na empresa vai ganhar muito em cima dos líderes menores e distribuidores que irão amargar prejuízos ou se conformarem em apenas consumir os produtos.
E como toda empresa de MMN que se preze ela passou por muitas desconfianças de ser pirâmide financeira quando surgiu nos anos 1980. E, recentemente, viu seu valor de mercado na bolsa cair 40% em dois dias, depois que o investidor Bill Ackman acusou-a formalmente de pirâmide financeira num pronunciamento de mais de 3 horas em Nova York.

Estudo de caso #4: Polishop

Como eu disse anteriormente, fiz parte da Polishop durante 14 meses e posso dizer com propriedade algumas coisas relacionadas à empresa, como o fato de ela ser a maior empresa multicanal do mundo e ter produtos exclusivos e que têm qualidade insuperável.
E também posso dizer: o plano de marketing privilegia poucos, é incapaz de reter empreendedores e deixa muitos com prejuízos financeiros. Não é à-toa que muitos empreendedores da Polishop, incluindo diamantes, esmeraldas e rubis estão saindo.
No artigo Polishop, porque saí da empresa, eu aponto o autoenvio como um dos principais motivos da empresa “perder” empreendedores, que é a “quase-obrigação” de comprar R$ 300 ou R$ 600, dependendo do perfil do empreendedor. Digo quase porque não é obrigado, mas se não comprar, não ganha os melhores bônus.
Alguns podem até dizer que não é preciso comprar, basta vender. E eu retruco: a venda de produtos Polishop é muito difícil, é um trabalho hercúleo convencer alguém a comprar R$ 300, embora os produtos sejam bons. E isso fica claro com os números da minha rede de 206 pessoas do tempo em que fui empreendedor:
Números Polishop
Então, vê-se claramente porque o índice de retenção de empreendedores da Polishop é tão baixo e porque muitos estão migrando para outras empresas de marketing multinível. Novamente temos a regra injusta estabelecida pelo MMN tradicional.

A guerra santa

Os movimentos “marketing do bem” e “marketing multinível legítimo” dizem que empresas como essas são do “bem”, que são “legítimas” e quando travam a nobre luta contra as pirâmides financeiras disfarçadas de multinível dizem defender os interesses dos próprios distribuidores/associados/empreendedores.
Para isso promovem uma verdadeira guerra santa, semelhante às cruzadas da Idade Média. E o mal tem nome e merece ser extirpado, aliás, nomes: Telexfree, Multiclick, BBOM, NNEX, , Winner Manager, etc.
E por que essas empresas incomodam tanto? Ora, porque, embora ainda seja preciso melhorias, elas querem inverter a lógica da cartilha do MMN tradicional e formatar planos de marketing em que todos ganham. Claro que alguns vão ganhar mais do que outros, mas pelo menos ninguém ficará no prejuízo, no mínimo, o valor pago para se associar não será jogado no lixo como assim aconteceu com os 97% dos que entraram na Polishop em minha rede.
E como a proposta dessas empresas é muito mais decente do que as pertencentes ao “marketing do bem”, elas ganham mais adeptos e uma gama de distribuidores, cansados de não ganhar dinheiro, abandonam o “marketing do bem” e isso, obviamente, deixa empresas tradicionais em polvorosa.
Então o objetivo é simples: demonizar todas as empresas de marketing multinível que não seguem a “cartilha do bem” e colocá-las no patamar de pirâmide, de empresas que promovem o “marketing do mal” e que só querem roubar o dinheiro dos honestos. Essa estratégia é rotineira, principalmente entre concorrentes desleais.

Não há trabalho no “marketing do mal”

Um argumento ridículo muito utilizado pelos marketeiros do bem é que não há nenhum trabalho nas outras empresas, ganha-se dinheiro sem fazer nada. Ora, qual é o trabalho na Amway, Herbalife, Monavie e Polishop? Simplesmente comprar produtos e formar rede. Então, não é diferente. O trabalho do multinível é formar rede.
Mas aí vem o argumento de que os distribuidores vendem produtos. Eu vou dizer em alto e bom tom: ISSO É MENTIRA! Os distribuidores da Herbalife, Amway, Monavie e Polishop não vendem nada ou vendem pouquíssimo, eles COMPRAM produtos, esse é o “trabalho” deles. Inclusive eu acho que essas empresas não deveriam ser de vendas diretas, mas de COMPRAS DIRETAS.

Telexfree e a justiça

Todos sabem das minhas críticas à Telexfree, já expostas neste blog por meio dos artigos Telexfree não é golpe ou fraude, mas não é sustentável e Telexfree e o golpe da pirâmide, entenda o caso com detalhes. Neles eu digo que a empresa não é um pirâmide, porém sofre de um vício de sustentabilidade que poderia ser sanado com ajustes em seu plano de marketing.
Muitos divulgadores da empresa se sentiram ofendidos e até fui chamado de antitelexfree e acusado de ter conluio com empresas de telefonia e até mesmo com empresas do “marketing do bem” até porque na época eu fazia parte da equipe da Polishop Com.Vc.
No entanto, minha intenção era ajudar os próprios divulgadores na expectativa de que enxergassem as falhas do plano de marketing e reportassem isso à empresa para que ela se ajustasse e continuasse a desenvolver seu trabalho. Certamente, se isso fosse feito a tempo e a hora, provavelmente esse imbróglio judicial não estaria acontecendo.
Ocorre que os “marketeiros do bem”, os “marketeiros legítimos”, os “marketeiros imaculados” não tem essa visão progressista, eles querem mesmo é que a Telexfree, a grande pirâmide demoníaca vá para o inferno junto com seus encapetados divulgadores e assim só restarão os “puros”, os “escolhidos”.
Para eles, se empresas como a Telexfree fecharem as portas, mais pessoas estarão propensas a entrarem na Amway, Mary Kay, Herbalife, Monavie, Polishop, etc. Puro engano, imagine um ex-divulgador da Telexfree passando pelo desconforto de fazer estoque em casa e sair feito louco empurrando produtos nas pessoas. É preferível vender churrasquinho, ele irá trabalhar menos e ganhará mais.
No momento que escrevo este artigo, o processo que envolve a Telexfree na justiça do acre ainda está em tramitação. E espero que ela consiga reverter a situação e com isso reformule seu plano de negócios.

BBOM, a próxima da lista?

De repente, com o surgimento da BBOM, muitas pessoas migraram de outras empresas, principalmente da Polishop, que já tinha um quadro reduzido de empreendedores e agora sofre baixas consideráveis de diamantes, esmeraldas e rubis, em breve outras lideranças vãos sair de lá. Particularmente, eu era Rubi na empresa e agora também estou na BBOM, como todos já sabem.
Agora, com a contenda judicial envolvendo a Telexfree, muitos “marketeiros do bem” estão eufóricos pois acreditam que acontecerá um efeito cascata e empresas como a BBOM sucumbirão. Uma espécie de caça às bruxas.
Ao contrário do que pensam, a BBOM é uma empresa séria, consistente e sustentável. O problema é que o seu marketing inovador e o número de associados que crescem rapidamente assusta os concorrentes que querem por tudo minar o avanço da empresa e associá-la a uma pirâmide disfarçada de multinível, o que ela, definitivamente, não é.
Para que haja um bloqueio judicial na BBOM será preciso inventar um “monstro jurídico” sem precedentes ou então o lobby dos “marketeiros do bem” e de grandes empresas capitalistas é muito forte. Mas, muito cuidado, porque o povo não é mais idiota a ponto de querer ganhar migalhas na Amway, Herbalife, Monavie ou Polishop.
Sinceramente, a cada dia que passa fico mais entusiasmado com a empresa, com seu compromisso em prestar o melhor serviço a seus associados e em implantar melhorias no aspecto tecnológico, estrutural e normativo.

Marketing do bem, não caia nesse golpe

O que 99% das pessoas querem entrando para uma empresa de marketing multinível? Ganhar dinheiro, certamente, no mínimo recuperar o que pagou para entrar ou consumir os produtos da empresa. Talvez o restante dos 1% não tenham esse propósito, talvez só queiram uma distração.
Então, se você faz parte dos 99% é preciso ter muito cuidado ao escolher uma empresa para se associar. O “marketing do bem” está travestido de bondade, de salvadores da pátria e para isso lança mão de recursos para demonizar outras empresas, um artifício comum oriundo de quem tem medo de perder mercado.
Não caia nesse golpe jamais!

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Sucesso juntos!

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